Relato - Parto natural - Jéssica, Lúcio e Zoe

Relato de parto

No dia 28 de janeiro de 2024, às 14:34, se antecipou a pequena Zoe. Pesando 2525kg e medindo 47cm.

Prevista para chegar a partir do dia 12 de fevereiro e com um combinado com a mamãe de chegar depois do carnaval (pro papai poder estar junto, já que ele trabalha nessa data). Ela ignorou tudo e já chegou mostrando que não veio nesse mundo pra brincadeira.

No dia seguinte das fotos improvisadas do registro do barrigão, dia em que eu iria comprar a mala de maternidade. Tudo mudou! Uma madrugada quente, que eu acordei pra ajustar o ventilador às 3 e pouca da manhã e só voltei a dormir mais de 4h, quando deu 5:30, o horário da barriguda fazer xixi todos os dias, eu levantei e achei que tinha feito xixi na calça, mas estava um pouco diferente… aquelas gotinhas deviam ser minha bolsa… será? Chamei meu marido, não muito alto, pois nossa pequena de 9 anos dormia no quarto ao lado, e ele não acordava. Quando falei: Mozi, acho que minha bolsa estourou!

Parece que ele foi eletrocutado e pulou da cama.

Mandamos mensagem e depois ligamos pra Beca e pra GO, seguimos os planos, até então só com uma cólica leve. Tomar banho, arrumar as nossas coisas e a Malu que iria pra casa da mãe do Lúcio. Fomos pra casa da minha mãe pegar as coisas da Zoe, que estavam lavando lá. Nesse meio tempo as contrações começaram e quando foram ficando mais fortes eu ia pra bola de pilates, entre elas eu voltava a organizar as coisas.

Na casa da minha mãe já estava bem intenso, acabamos deixando a família arrumando as coisas e fomos pro Neocenter (nosso plano A) chegando lá não tinha quarto, apenas bloco.

Eu que já tinha dado entrada e passado pela triagem, quando ouvi que só tinha vaga no bloco olhei pro Lúcio, dei meia volta e falei: “NÃO! vamos pro Sofia".

E saí andando.

A Beca chegou quando estávamos saindo e foi conosco, já me sugeriu colocar a calcinha descartável, e eu logo desci a minha calcinha, ali mesmo, do lado do carro e troquei (a doida! Mas tava de vestido).

Seguimos para receber nossa apressadinha e quando cheguei na avaliação do Sofia, já estava com 8cm, às 10h da manhã, mas segui assim até mais de meio dia. Fiquei um pouco desesperada pois dei positivo pra strepto e precisava das 2 doses de antibiótico.

Levamos nossa caixinha de som e ouvimos a playlist da chegada da Zoe, ouvimos as músicas, dançamos, rimos… as dores vinham e passavam como ondas, literalmente. Eu ousei falar pra equipe que estava surpresa pois sempre ouvi que o parto era muito dolorido e eu não estava sentindo tanta dor, mas, pedi pra ir pra casa descansar (só um pouquinho, eu ia voltar logo kkkkkk).

Mas tudo mudou, os cochichos começaram e me incomodavam, eu precisava saber o que estava acontecendo. Algo não estava certo. Dei o grito para falarem pra eu ouvir, e era a Zoe. Quando as contrações vinham os batimentos dela caiam. Colocaram o cardiotoco para monitorar melhor.

Eu ia pro chuveiro (maravilhoso) sentava na bola lá e a Beca sempre pronta com óleos essenciais e dicas pra que eu ficasse mais confortável e agia com firmeza e rapidez.

Descobrimos que em seu giros Zoe ficou mal posicionada e Beca logo veio com uma manobra pra ajudá-la, e deu certo!

De repente a residente informou que já não estava mais confortável, que chamaria sua superior para avaliar. Ela falou que já estava há tempo de mais naquela situação, que seria o momento de pensarmos em uma cesaria.

Um filme se passou na minha mente em questão de segundos, sentia que se fosse pra salvar minha filha, teria que ser feito. Mas eu sonhei tanto com esse momento, com meu momento, com um parto normal, natural, foi então que falei com a Beca se não seria possível um parto assistido, com fórceps ou vácuo (eu estudei muito pra chegar até ali), a médica falou que eu ainda estava com 8cm de dilatação, já era mais de uma hora tarde, daquele jeito não era possível. Mas, mais uma vez a, maravilhosa, Beca perguntou se não poderia tentar uma última manobra (ela não esperou resposta, passou e chegou até mim). Se até aquele momento não tinha doído tanto, ali tudo mudou, a manobra foi sofrida, mas funcionou, no próxima toque, durante a contração, a médica fez algo que doeu horrores (depois eu descobri que ela encaixou o colo do útero na cabecinha da Zozo) e falou que agora dava pra tentar o vácuo, mas tinha que ser rápido.

Tudo parecia ter sido ensaiado de tão sincronizado (isso quem falou foi o Lúcio pq eu não conseguia mais ver ao meu redor) mas estava tudo pronto. A contração veio e os batimentos dela despencaram, eu olhei pra máquina do cardiotoco como se fosse meu bebê e falava: “Volta filha! Volta!” acho que nunca senti tanto medo! Eu não ia conseguir. Interrompi a contração, mas foi o suficiente para encaixarem o vácuo. E meu corpo disse: “não é assim não querida! Você não manda em nada! Não acabou ainda!” e veio a contração mais forte de todas! Tudo que eu queria era que elas tirassem minha filha, aquele momento foi dor, foi medo, foi tudo… e lá estava ela, minha pequena, minha Zoe, minha vida, em cima de mim, de um lado o Lúcio e do outro a Beca.

Tinha acabado. Ela estava bem e eu grata a todas aquelas mulheres que me ajudaram a chegar até ali e ao meu parceiro que esteve presente de corpo e alma comigo.

Eu consegui! Ela conseguiu! Hoje estamos aqui juntinhas, nos amando!

Eu consegui meu parto normal. Natural. E venho conseguindo amamentar e amar. Amar cada mudança, cada desafio, cada sorriso.

Assim chegou, cheia de vida, como o significado do seu nome, minha pequena guerreira sorridente, Zoe!




BH, 28/01/2024
Equipe: Plantão Hospital Sofia Feldman
GO Pré-natal: Débora Beck
Doula: Rebeca
Acupunturista: Clarisse
EO: Luciana

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