Quem é a doula?


Quem são as doulas?

Doula é uma palavra de origem grega que significa "mulher que serve outra mulher".

Presente em várias épocas da história, a doula realiza um trabalho conjunto com a equipe de assistência. Veja na imagem acima que enquanto a parteira se ocupa da saúde da mãe e do bebê, a doula "serve" a parturiente, oferecendo apoio físico (aliviando a dor e o desconforto através de métodos naturais) e emocional (reforçando sua capacidade de enfrentar o trabalho de parto e parto positivamente).

Na atualidade a doula é uma multiplicadora das boas práticas recomendadas pela OMS e Ministério da Saúde. Ela faz uma ponte entre a mulher/ casal e estas informações, indicando leituras, filmes, relatos, tirando dúvidas sobre os sintomas da gestação, esclarecendo os riscos e benefícios de cada via de nascimento (vaginal ou cesariana), bem como as diferenças assistenciais (parto humanizado, parto normal/, parto natural). Caber a ela explicar também as reais indicações de cesárea, sobre as intervenções com o recém nascido e indicar estudos para que o casal faça escolhas conscientes.

Durante o trabalho de parto a doula orienta posturas que ajudam a aliviar o desconforto das contrações, posicionar melhor o bebê, acalmar a mãe e a família, obter informações claras junto a equipe de assistência (hospital, médicos, enfermeiros). A doula não toma decisões pela mulher, apenas orienta.

A doula acredita na capacidade e no poder da mulher!

Quais as vantagens de ter uma doula?
A doula é parceira da família na busca por um parto normal, ativo, respeitoso e protagonizado. 
Informações fornecidas pela doula durante a gestação reforçam a capacidade física e emocional da mulher de ter um parto o mais natural possível, a empoderando para lutar pelo que deseja vivenciar.

Estudos:
Os efeitos do suporte à parturiente estiveram mais associados aos resultados maternos, destacando-se redução da taxa de cesariana, seguida pela redução do uso de ocitocina, duração do trabalho de parto, analgesia/medicamentos para alívio da dor e aumento da satisfação materna com a experiência do nascimento. Os resultados neonatais parecem não ser diretamente influenciados por esta intervenção, uma vez que eles foram avaliados em quase todos os ensaios clínicos e apenas em um deles se observou redução da internação dos recém-nascidos cujas mães receberam suporte.
Em todos os estudos e revisões os resultados são benéficos, não sendo apontado nenhum risco ou prejuízo associado à prática do suporte. Parece que os benefícios são maiores dependendo das características assistenciais dos hospitais, do tipo de provedor e da duração do suporte.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2005000500003&script=sci_arttext


Um estudo avaliou a diferença do suporte dado pelo pai do bebê e pela doula profissional durante o trabalho de parto e parto e concluiu que embora a presença do pai seja excelente para a mulher e para o filho do casal, a doula passa mais tempo do que os pais conversando, massageando, acariciando, apertando e segurando as mãos da parturiente. Isso se deve ao fato de que a doula estava 100% dedicada a mulher, sem preocupações burocráticas e sem envolvimento emocional, levando as mulheres a optarem por ter uma doula na próxima gestação.
Fonte: Bertsch T. D., Nagashima-Whalen L., Dykeman S., Kennell J. H. and McGrach S. (1990) Labour support by first-time fathers: direct observations with a comparison to experienced doulas. J. Psychom. Obstet. Gynecol. 11, 251–260.

Em 1991, realizou-se um ensaio clínico randomizado que teve como objetivo estudar o suporte intraparto realizado por doulas leigas, selecionadas da comunidade, em 189 nulíparas no Coronation Hospital, em Joanesburgo, África do Sul, uma instituição comunitária que atende mulheres de baixa renda. O estudo mostrou que as mulheres que receberam suporte tiveram menos depressão pós parto, melhor auto estima, menor percepção dolorosa, menos dificuldades em amamentar, maior prevalência de aleitamento materno exclusivo ao seio, melhor interação com o bebê, concluindo que os benefícios vão além do momento do parto.
Fonte: B.E. Chalmers and G.F. Hofmeyr School of Psychology, University of the Witwatersrand, Johannesburg and Department of Obstetrics & Gynaecology, Coronation Hospital, Johannesburg, South Africa

De acordo com Klaus a atuação da doula durante o parto pode:
- reduzir em 50% as taxas de cesárea
- em 25% a duração do trabalho de parto
- em 60% os pedidos de anestesia
- em 40% o uso da ocitocina
- em 30% o uso da analgesia
- em 40% o uso de fórceps.
Fonte: Klaus, M.H.; Kennell, J.H.; Klaus, P.H. Mothering the Mother: How a doula can help you have a shorter, easier and healthier birth. Addison Wesley Publishing Company. 1993. Updated in 2002 and renamed The Doula Book: How a trained labor companion can help you have a shorter, easier and healthier birth. Perseus Books Group.

De acordo com os estudos de Hodnett a mulher que conta com o apoio de uma doula:
- É 28%  menos suscetível a ter uma cesariana
- 31% menos suscetível a usar ocitocina sintética para aceleração do trabalho de parto
- 9% menos suscetível a usar medicamentos para alívio de dor
- 34% menos suscetível a avaliar sua experiência de parto como negativa.
Fonte: Hodnett, E.J. et al. (2011) Continuous support for women during childbirth. Cochrane Database of Systematic Reviews, Issue 2.


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